segunda-feira, 19 de abril de 2021

Tomate de Capucho, Capucho

   Pertencente à família da Solanaceae, a Physalis peruviana L. é uma espécie da América Central. Esta graciosa herbácea possui folhas ovoídes a lanceoladas, flores amarelas com manchas negras no seu centro, pubescente, com fruto globoso alaranjado envolto por um cálice intumescido, semelhante uma estrutura circular em rede. Conhecida por tomate capucho ou capucho era cultivada desde os Incas e terá sido descoberta nas expedições ao Novo Mundo. No Perú, as mulheres usavam-no para fazer colares, hoje todavia, tem inúmeras aplicações devido as suas qualidades nutritivas, sendo usada em compotas, gelados, saladas e molhos. 

Na ilha da Madeira, é cultivada há vários anos estando naturalizada nas zonas litorais ou de média altitude. Outrora, era usada na "barrela" mistura de plantas onde se coravam os lençóis e os panos de linho, e donde surge o nome "Tomate de Barrela". É usada ainda na culinária em compotas e saladas.

Sabias que?

No Brasil é designada de "camapú", em Angola "cassussua", e em França "amour en cage". Os ingleses chamam-lhe "groselha do Cabo" por ter sido umas das primeiras culturas dos colonos do Cabo de Boa Esperança, no princípio do século XIX.

terça-feira, 13 de abril de 2021

Rícino, Carrapateira

Nativa da África Tropical, Ricinus communis L. pertence à família Euphorbiaceae. Na ilha da Madeira, está naturalizada podendo ser encontrada em zonas mais baixas da costa sul, em terrenos incultos, aterros ou em campos agrícolas abandonados. Cultivada como ornamental e para fins medicinais, já era referenciada em documentos do século XVIII  pelo óleo extraído das suas sementes para efeitos purgativos. 

É um arbusto que pode atingir 2 a 3 metros de altura apresenta folhas verdes e lobadas, inflorescências em forma de cacho, sementes ovais acastanhadas, estriadas, enclausurados em cápsulas. Foi referenciada no papiro egípcio de Ebers, como laxante e para a cosmética, bem como em registos de Dioscórides.

Em medicina é utilizada como laxante ou como componente de preparados dermatológicos. O óleo é isento de toxicidade, mas a pasta resultante é muito toxica. É utilizada ainda, na indústria para extração de óleo, na produção de biodiesel e como lubrificante de motores.

As sementes contêm compostos farmacologicamente ativos: a ricina, ricinina, tricinina e ácido rinoléico; as mesmas devem ser evitadas.

Sabias que?

Conhecida também por Palma de Cristo, está mencionada na Bíblia no evangelho de São João. 

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Laranjeira

Os citrinos têm em geral excelentes qualidades gustativas, os europeus davam-lhes uma origem mitológica, diz-se que teriam vindo das terras de Hespérides, como oferta dos deuses tendo uma ligação aos feitos de Atlas no norte de África. Pensa-se que os citrinos chegaram à Europa trazidos pelos árabes e já eram conhecidos na região mediterrânica e em Portugal, antes dos Descobrimentos. Foram os portugueses que introduziram a laranjeira em Cabo Verde, S. Tomé e no Brasil, muito antes de ter chegado a Portugal, a laranja da China identificada como muito doce (provável Citrus sinensis), de paladar mais agradável, do que as laranjeiras "mais amargas" existentes (Citrus aurentium). 

A laranjeira (Citrus aurentium) pertence à família Rutaceae, prima do limoeiro ( Citrus limon) e da tangerineira (Citrus reticulata) é originária da Ásia. Na ilha da Madeira, existem ambas espécies de laranjeiras usadas como alimentares e medicinais; a infusão das folhas é usada como calmante. Assim como, utilizadas cascas das laranjas para elaboração de licores na época natalícia.

Sabias que?

As folhas da laranjeira (C. aurentium) contêm óleos essenciais e os frutos, possuem carotenos, vitaminas B1 e B2,  zinco, fósforo, etc. A planta tem propriedades antispéticas, calmantes e tónicas. É usada ainda em infusões para transtornos provocados pelo stress, para insónias e depressão.