No dia onze de dezembro, comemora-se o Dia Mundial das Montanhas, instituído pela Unesco pretende consciencializar a população para a importância da preservação das montanhas, ecossistemas terrestres ricos, representando um quarto da superfície terrestre. É o habitat de inúmeras espécies, fonte de recursos naturais (água, comida, combustível, etc.) ajudando ainda regular a temperatura e qualidade do ar. Contudo, extremamente vulneráveis devido às degradações de origem antrópica e natural.
domingo, 11 de dezembro de 2016
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Dia do Voluntariado
No dia cinco de dezembro, comemora-se o dia internacional do voluntariado. De forma a incutir a importância para conservação da natureza nos mais jovens, fica a sugestão de plantar uma árvore, ajudando também a reflorestar mais rapidamente as nossas florestas. O projeto "Uma árvore pela floresta" criado pela Quercus em parceria com os CTT, é uma boa ideia, onde pode comprar uma árvore, e oferecê-la à família, amigas(os), colegas, à Natureza. Boa ação!
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Arundo donax
Ao longo dos tempos, cada cultura favorece certos aspetos do seu ambiente, e certas formas práticas e simbólicas de se relacionar com o mesmo. Na ilha da Madeira, a utilização de plantas com fins aromáticos, medicinais e associada a tradições está ainda bem presente, sejam espécies endémicas, nativas ou introduzidas. A cana vieira, espécie introduzida da Asia Central e Meridional, propaga-se por terrenos incultos, baldios ou bermas de terrenos agrícolas, pertencente à família Poaceae tornou-se infestante. Contudo, a população dá-lhe também utilidade, os rebentos desta monocotiledónea e apenas os que "nunca viram o mar", são utilizados em infusões do trato urinário e dores menstruais, ou ainda para a primeira maleita, em decocções Parietaria judaica, Polygonum aviculare ou de Lavatera cretica e Linum usitatissimum.
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terça-feira, 13 de setembro de 2016
Poesia
Desde sempre na poesia são imortalizadas as paisagens das ilhas. No século XVI, o poeta, L. Vaz de Camões na épica obra, Os Lusíadas, descreve episódios da história portuguesa, entre os quais, a viagem do caminho marítimo para a Índia. Num dos seus cantos, também descreve uma das ilhas do Atlântico, a Madeira, e a sua outrora, exuberante vegetação.
(...)
"Assim fomos abrindo aqueles mares,
que geração alguma, não abriu.
As novas ilhas vendo e os novos ares.
Que o generoso Henrique descobriu.
De Mauritânia os montes e lugares,
Terra que Anteu num tempo possuiu,
Deixando à mão esquerda, que à direita,
Não há certeza doutra, mas suspeita.
Passamos a grande ilha da Madeira,
Que do muito arvoredo assim se chama,
Das que nos povoamos, a primeira,
Mais célebre por nome que por fama,
Nem por ser do mundo a derradeira,
Se lhe avantajam quantas Vénus ama,
Antes, sendo esta sua, se esquecera,
De Cipro, Pafos e Cítera".
L. Vaz de Camões, in Os Lusíadas, canto - V
domingo, 4 de setembro de 2016
Documentário
Um bom documentário para quem gosta de plantas.
Título: What plants talk about? Data: 2013
Sinopse: As plantas e sua comunicação, durante 1 hora, é explicado de forma simples pelo cientista J.C. Cahill (Universidade de Alberta - Canadá), como reagem as plantas e quais são os seus mecanismos de sobrevivência e defesa contra alterações das condições climáticas e predadores. Observando paisagens das florestas do Canadá, ouvimos acerca do mundo desconhecido das plantas.
sábado, 13 de agosto de 2016
Oração da Árvore
Após o rescaldo dos incêndios que assolaram a ilha da Madeira, fica um poema, um apelo à importância das árvores, e da floresta.
Tu
que passas e ergues para mim o teu braço,
antes que me faças mal olha-me bem.
Eu
sou o calor do teu lar nas noites frias de inverno,
ou
sou a sombra amiga
que
tu encontras quando caminhas sob o sol de agosto,
e os meus frutos são a frescura apetitosa
que
mata a sede nos caminhos.
Eu
sou a trave amiga da tua casa,
a tábua da tua mesa,
a cama em que tu descansas,
e o
lenho do teu barco.
Eu
sou o cabo da tua enxada,
a porta da tua morada,
a madeira do teu berço,
e o
aconchego do teu caixão.
Sou
o pão da bondade e a flor da beleza.
Tu
que passas olha-me bem,
e não me faças mal.
Veiga Simões, 1914
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
Tabaco
N. tabacum L. |
Nicotiana rustica L. e Nicotiana tabacum L. são das espécies comerciais mais antigas e economicamente mais importantes que se conhece. Da família Solanaceae, são originárias da América do sul, possívelmente do Perú, sendo cultivadas no México, e no sudoeste do continente norte americano desde a época pré-colombiana. Introduzidas pela primeira vez na Europa no século XVI para fins medicinais, a meados do século seguinte, o rei James I da Inglaterra para dissuadir a sua utilização pela população, aplica um imposto.
Com aproximadamente, 10% de nicotina nas suas folhas curadas, a qualidade do tabaco, dependerá de vários fatores: tempo, secura e solo. Todavia, os quatro tipos de tabaco são reconhecidos de acordo com os diferentes métodos de secagem de folhas maduras: a) ar, b) sol, c) calor artificial e d) fumo. Depois de secas, as folhas são ainda deixadas a fermentar durante 2 a 4 semanas e posteriormente, se necessário serão aromatizadas.
segunda-feira, 4 de julho de 2016
Ládano, Rock Rose
Ládano - C. ladanifer |
No arquipélago da Madeira, a família Cistaceae está representada por duas espécies, Cistus laurifolius e Cistus ladanifer, plantas consideradas melíferas. Esta última, nativa da região mediterrânea, de bosque secos e terrenos áridos, apresenta flores brancas e folhas lanceoladas, e produz ainda uma resina, "ládano", que com tempo torna-se mais escuro, acinzentado mas com odor muito agradável usado desde a antiguidade na perfumaria, e como medicinal (ação anti-séptica e mucolítica). Cultivada também como ornamental, da resina é ainda extraída uma tintura obtida pela dissolução da mesma em álcool, uma preparação elaborada pela primeira vez no séc. XVII.
Ambergris |
Na perfumaria, ressalve-se, é também usado o "ambergris", substância também acinzentada, todavia não de origem vegetal, mas produzida por mamíferos marinhos, e sendo naturalmente libertada no oceano, onde juntamente com a água salgada, sol e ação das ondas transforma-se num "amberito", adicionado posteriormente a várias fragrâncias, e ainda usado na joalheria.
Bibliografia: a) Borges, P.A.V., Abreu, C., Aguiar, A.M.F., Carvalho, P., Jardim, R., Melo, I., Oliveira, P., Sérgio, C., Serrano, A.R.M. & Vieira, P., 2008. A List of the Terrestrial Fungi, Flora and Fauna of Madeira and Selvagens Archipelagos, Direção Regional do Ambiente da Madeira and Universidade dos Açores, Funchal and Angra do Heroísmo. b) Proença da Cunha, A., Ribeiro, J.A., Roque, O.R., 2007. Plantas Aromáticas em Portugal- Caracterizações e Utilizações, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
domingo, 3 de julho de 2016
Botânica, M. & Cultura nos Colóquios de Garcia de Orta
Garcia de Orta é uma das mais influentes figuras da ciência portuguesa do século XVI. Filho de pais espanhóis fugidos da perseguição judaica da época, nasce em Castelo de Vide, estudando posteriormente medicina na universidade de Alcalá de Henares. Exerce medicina, e ensina Filosofia Natural em Lisboa de 1530 até a sua partida para a Índia (março de 1534). Em Goa, publica "Colóquios dos Simples e Drogas e Cousas Medicinais da Índia", onde inclui o primeiro poema publicado do seu amigo Luís Vaz de Camões. Obra singular, que articula diferentes áreas, tempos e lugares, de carácter multidisciplinar, na qual a botânica e medicina, cruzam-se com a história, antropologia, linguística; perspetiva esta, que se perde com a tradução para latim de Charles de l´Écluse.
Este volume reúne os textos apresentados nos colóquios "O Jardim de Orta. M., Botânica e Cultura nos Colóquios dos Simples" (abril de 2013) em articulação com "O Mundo num Livro" (abril de 2015).
Cardoso, A. Fontes da Costa, P. 2015. Botânica, Medicina e Cultura nos Colóquios de Garcia de Orta. Edições Colibri, Lisboa,
Cardoso, A. Fontes da Costa, P. 2015. Botânica, Medicina e Cultura nos Colóquios de Garcia de Orta. Edições Colibri, Lisboa,
domingo, 12 de junho de 2016
Nova subespécie de Andryala crithmifolia
Andryala sp. é um género mediterrânico macaronésio abordado na tese de doutoramento: Biosystematics of the Genus Andryala L. (Asteraceae) realizado por Maria Zita Ferreira e apresentado na Universidade da Madeira em 2015. Utilizando dados morfológicos, através de uma revisão bibliográfica, e análises moleculares, a autora estudou a relação existente entre os diferentes taxa (dezassete), dos quais cinco eram macaronésios (A. glandulosa, A. sparsiflora, A. crithmifolia Aiton, A. pinnatifida, and A. perezii), quatro endémicos do norte de África (A. mogadorensis, A. maroccana, A. chevallieri, and A. nigricans), e uma espécie endémica da Roménia (A. laevitomentosa).
Deste estudo surgiu ainda, uma nova subespécie acima mencionada, novo endemismo para a ilha da Madeira (Portugal), descoberto numa pequena população isolada na encosta do Cabo Girão, Andryala crithmifolia subsp. coronopifolia (Lowe) M. Z. Ferreira, R. Jardim, A. Fernandez, M. Sequeira.
Ferreira, Maria Zita. 2015. Biosystematics of the Genus Andryala L. (Asteraceae). Dissertação para Grau de Doutor em Ciência Biológicas. Universidade da Madeira, Funchal.
Ferreira, M.Z., Jardim, R., Fernandez, A., Sequeira, M. 2014. On the recognition of a new subspecie of Andryala crithmifolia Aiton (Asteraceae) from Madeira Island (Portugal), Silva Lusitana, 22, 15pp.
sexta-feira, 10 de junho de 2016
Santos Populares
Igreja de Santo António
(Funchal)
|
Chegando ao mês dos Santos Populares, surgem dias com tradições e superstições, muitas associadas a plantas; conhecimentos estes, que se diluem, permanecendo nas memórias dos mais idosos. O alecrim (Rosmarinus officinalis), planta de eleição para rezas e credos, era outrora usado para benzer água, enquanto mencionavam o "credo em cruz", e onde seguidamente era deitado um ovo fresco para desvendar o futuro, ou deitar as sortes para descobrir o nome do(a) futuro(a) esposo(a).
Rosmarinus officinalis |
domingo, 5 de junho de 2016
Verbena bonariensis
Planta introduzida, já naturalizada, originária do continente americano e pertencente à família verbenaceae. Pode ser encontrada, por toda a costa sul da ilha, em terrenos incultos, terras pedregosas e abandonadas, etc.. Robusta e alta, é uma erva de folhas estreitas e longas, de margens serradas com inflorescências de cor lilás. Apresenta vários nomes comuns, tais como urgebão ou jarvão, sendo utilizada pela população, como planta ornamental e/ou medicinal, nomeadamente, como diurética e para problemas de rins e fígado.
Silva Vieira, R.M.: 2002. Flora da Madeira - Plantas Vasculares Naturalizadas no Arquipélago da Madeira. Museu Municipal do Funchal - Historia Natural. Funchal.
Silva Vieira, R.M.: 2002. Flora da Madeira - Plantas Vasculares Naturalizadas no Arquipélago da Madeira. Museu Municipal do Funchal - Historia Natural. Funchal.
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sexta-feira, 13 de maio de 2016
Linum usitatissimum
O linho é originário do Médio Oriente, pertencente à família Linaceae, cujo cultivo iniciou-se na Europa, possivelmente à 3 mil anos para extração das fibras e do óleo das sementes para a confeção de alimentos.
Na ilha da Madeira, segundo Silva Vieira (2002), a sua plantação fez-se desde o início do povoamento, sobretudo no norte e sudoeste da ilha, tornando-se naturalizada em terrenos incultos de baixa e média altitude. Outrora, utilizada pela população como planta têxtil e medicinal, nomeadamente para constipações (infusão); e ainda para asma, bronquite ou dores menstruais, através da aplicação de uma cataplasma de sementes colocada sobre o peito ou ventre. Atualmente, esta espécie é pouco cultivada, devido ao processo moroso e árduo, amplamente designado na ilha por "tormentos do linho", necessário para o fabrico do "linho da terra", posteriormente empregue para peças de vestuário ou decorativas (e.g. toalhas bordadas).
Na ilha da Madeira, segundo Silva Vieira (2002), a sua plantação fez-se desde o início do povoamento, sobretudo no norte e sudoeste da ilha, tornando-se naturalizada em terrenos incultos de baixa e média altitude. Outrora, utilizada pela população como planta têxtil e medicinal, nomeadamente para constipações (infusão); e ainda para asma, bronquite ou dores menstruais, através da aplicação de uma cataplasma de sementes colocada sobre o peito ou ventre. Atualmente, esta espécie é pouco cultivada, devido ao processo moroso e árduo, amplamente designado na ilha por "tormentos do linho", necessário para o fabrico do "linho da terra", posteriormente empregue para peças de vestuário ou decorativas (e.g. toalhas bordadas).
Silva Vieira, R.M.: 2002. Flora da Madeira - Plantas Vasculares Naturalizadas no Arquipélago da Madeira. Museu Municipal do Funchal - Historia Natural. Funchal.
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sábado, 30 de abril de 2016
Jardim Botânico da Madeira
No século XIX, com o objetivo de abastecer os jardins do reino, e ainda se necessário, vários jardins e estufas por toda a Europa foi sugerido pelo botânico austríaco Frederico Welwitsch, a criação de dois jardins de aclimação na ilha da Madeira, um dos quais foi implementado na Lombada, freguesia de Monte, mas extinto pouco tempo depois, permanecendo atualmente, apenas o nome "Quinta do Jardim Botânico".
O atual Jardim Botânico da Madeira - Eng.º Rui Vieira, foi adquirido na década de cinquenta do século XX, pela Junta Geral do Distrito do Funchal com intuito de albergar os serviços da Estação Agrária e de instalar a futura sede. Esta, Quinta do Bom Sucesso (Quinta da Paz ou Quinta Reid) adquirida a Manuel Gomes da Silva, localizada perto da Levada do Bom Sucesso, possuía alguns hectares e ainda a antiga residência da família Reid, antes de 1936. Posteriormente, foram adquiridos pela mesma entidade, Junta Geral do Distrito do Funchal, outros terrenos e anexos incorporados ao jardim. Nos dias de hoje, o Jardim Botânico, que engloba um museu de história natural, jardins e espaços temáticos, comemora o seu aniversário a 30 de abril, de modo a homenagear o seu primeiro diretor, Sr. Eng. Rui Manuel da Silva Vieira.
Silva, F.A., Meneses,
C.A., 1998. Elucidário Madeirense. 3 vols. Ed. fac-símile da edição de 1940-1946. Funchal. Secretária Regional de Turismo
e Cultura – Direção Regional dos Assuntos Culturais.
quarta-feira, 27 de abril de 2016
Flora Endémica da Madeira
Desde a sua formação, a ilha da Madeira sofreu várias alterações, na sua orografia, paisagem e vegetação. A ocupação humana e respetivas atividades, práticas agrícolas, pastorícia e extração de madeira; e ainda, no século XIX, as novas introduções de espécies de rápido desenvolvimento para extração de madeira e minimização da erosão de solos, tais como os pinheiros (e.g. Pinus
pinaster, P. canariensis), eucalipto (Eucalyptus
globulus Labill.), e várias espécies de acácias (género Acacia sp.) causaram um impacto significativo na vegetação original. Neste sentido, e de forma a divulgar, as plantas existentes no arquipélago, em particular, os endemismos foram publicados: A Flora da Madeira - O Interesse das Plantas Endémicas da Macaronésia, e a Flora Endémica da Madeira. Esta última, e mais recente, menciona os taxa endémicos existentes no arquipélago da Madeira, Desertas e Selvagens, bem como uma excelente descrição botânica e respetivo habitat dos taxa.
Vieira, R., 1992. Flora da Madeira - O Interesse das Plantas
Endémicas Macaronésicas. Coleção Natureza e Paisagem, nº11, SNPRCN.
Jardim R., Francisco D., 2000. Flora Endémica da Madeira. 1.ª Edição. Muchia Publicações.
Jardim R., Francisco D., 2000. Flora Endémica da Madeira. 1.ª Edição. Muchia Publicações.
sexta-feira, 15 de abril de 2016
Cogumelos da Madeira
Diego de Calonge, F., Menezes de Sequeira, M. 2011. Guia para a identificação das espécies mais frequentes - Cogumelos da Madeira. Secretaria Regional do Ambiente, Funchal.
segunda-feira, 21 de março de 2016
Dia Mundial da Floresta
Pico do Arieiro (Ilha da Madeira) |
As velhas árvores
Olha estas velhas árvores - mais belas,
Do que as árvores mais moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, e a fera à sombra delas
Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E alegria das aves tagarelas.
Não choremos jamais a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória da alegria e da bondade
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
António Ramos Rosa (1924 - 2013)
Do que as árvores mais moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, e a fera à sombra delas
Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E alegria das aves tagarelas.
Não choremos jamais a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória da alegria e da bondade
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
António Ramos Rosa (1924 - 2013)
Árvores
Vereda dos Balcões (Ilha da Madeira) |
No seu silêncio lento e nos seus vagos rumores,
o sentido que têm no lugar onde estão,
a reverência, a ressonância, a transparência,
e os acentos claros e sombrios de uma frase aérea.
E as sombras e as folhas são a inocência de uma ideia,
que entre a água e o espaço se tornou uma leve integridade.
(...)
É um canto num sono,
e o vento e a luz são o hálito de uma criança,
que sobre um ramo de árvore abraça o mundo.
Olavo Bilac (1865 - 1918)
É um canto num sono,
e o vento e a luz são o hálito de uma criança,
que sobre um ramo de árvore abraça o mundo.
Olavo Bilac (1865 - 1918)
domingo, 20 de março de 2016
Domingo de Ramos
Palmito |
quinta-feira, 10 de março de 2016
Oliveira da rocha, zambujeiro
Olea europaea L. ssp maderensis Lowe é uma pequena árvore endémica do arquipélago da Madeira, é cada vez mais rara, em escarpas rochosas do litoral; atinge 2, 5 metros de altura e pode ser encontrada até 500 metros de altitude. As suas folhas são opostas, oblanceoladas a linear - lanceoladas, subsésseis, verde-acinzentadas, sendo um pouco mais escuras na página inferior; as suas flores são pequenas, brancas reunidas numa panícula. A drupa é pequena, pouco carnuda, verde, tornando-se mais escura quando madura. Na ilha da Madeira, e perto da Páscoa são criados pequenos ramos, junto com limoeiro, alecrim e arruda, entre outros, que são levados para a igreja, na missa do Domingo de Ramos, para serem benzidos e serem colocados em casa para proteção da mesma e da família.
Oliveira traduz paz,
que se dá aos bem casados,
palma benta aos sacerdotes,
Alecrim aos namorados.
Passei pela oliveira
Cinco folhas que escolhi,
Foram os cinco sentidos
Lindo amor, que eu pus em ti.
Se a oliveira falar,
Ela diria o que viu!
Lá debaixo da sua rama
Dois amantes encobriu.
in Árvores no Cancioneiro Popular
Olea europaea L. ssp maderensis Lowe é uma pequena árvore endémica do arquipélago da Madeira, é cada vez mais rara, em escarpas rochosas do litoral; atinge 2, 5 metros de altura e pode ser encontrada até 500 metros de altitude. As suas folhas são opostas, oblanceoladas a linear - lanceoladas, subsésseis, verde-acinzentadas, sendo um pouco mais escuras na página inferior; as suas flores são pequenas, brancas reunidas numa panícula. A drupa é pequena, pouco carnuda, verde, tornando-se mais escura quando madura. Na ilha da Madeira, e perto da Páscoa são criados pequenos ramos, junto com limoeiro, alecrim e arruda, entre outros, que são levados para a igreja, na missa do Domingo de Ramos, para serem benzidos e serem colocados em casa para proteção da mesma e da família.
Oliveira traduz paz,
Cinco folhas que escolhi,
Foram os cinco sentidos
Lindo amor, que eu pus em ti.
Ela diria o que viu!
Lá debaixo da sua rama
Dois amantes encobriu.
in Árvores no Cancioneiro Popular
terça-feira, 8 de março de 2016
Quintas, Parques e Jardins do Funchal - Estudo Fitogeográfico
Esta publicação, resulta de uma dissertação de doutoramento em fitogeografia, elaborada pelo Dr. Raimundo Quintal, onde aborda o estudo dos espaços verdes no concelho do Funchal, nomeadamente das quintas, parques e jardins. Neste trabalho de investigação, elaborou-se uma breve resenha histórica, a caracterização biofísica do concelho, e ainda o estudo fitogeográfico de cada espaço verde (caracterização e distribuição fitogeográfica, etc.), tendo por base o trabalho de campo realizado entre 2002 e 2005. Posteriormente, foi realizada uma análise para explicar a diversidade florística, o comportamento fenológico das plantas e a origem geográfica da flora ornamental estudada. Finaliza, destacando a importância destes espaços verdes e da conservação de espécies endémicas ameaçadas.
Ref.: Quintal, R. 2007. Quintas, Parques e Jardins do Funchal - Estudo Fitogeográfico. Ensaios 4. Lisboa. Esfera do Caos Editores, Lda.
sábado, 27 de fevereiro de 2016
Árvores e Florestas de Portugal
De uma parceria entre a Liga para Proteção da Natureza, o Público - Comunicação Social, SA e a Fundação Luso - Americana para o Desenvolvimento, surgiu uma coleção, entre os quais o volume 6 - Açores e Madeira - A floresta das Ilhas. Este volume, editado já a largos anos, surgiu do esforço de diversas pessoas apaixonadas pela produção científica, ciências da natureza em geral, mas com especial destaque para a área da botânica. Entre os vários contribuidores, destacamos para a ilha da Madeira, Aida Pupo-Correia, Dora Aguin Pombo, Susana Nascimento Prada, Carlos Ferreira Lobo, Francisco Diego Calonge, José Abreu de Jesus, Miguel Menezes de Sequeira e Roberto Abreu Jardim. Abordando temas, tais como as florestas da Macaronésia, biologia e ecologia das florestas das ilhas; a chegadas dos portugueses às ilhas (o antes e o depois); espécies florestais das ilhas, e a distribuição das principais manchas florestais; este volume pretende divulgar, e simultaneamente, sensibilizar para a urgência de proteção e salvaguarda deste património florestal. Temática esta, cada vez mais importante e atual, no contexto das ilhas atlânticas.
Fonte: Sande Silva, J. (2007). "Árvores e Florestas de Portugal", Vol. 6, Açores e Madeira. Edição Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Público Comunicação Social, SA e Liga para a Proteção da Natureza, Lisboa.
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
A 16 de abril de 1928, nasce na freguesia do Curral das Freiras (Ilha da Madeira), Manuel de Nóbrega, ordenado sacerdote em 1955 no Seminário Diocesano do Funchal. Devido a sua paixão pelas plantas, publicou alguns trabalhos em revistas científicas, e acompanhou vários investigadores que passaram pelo nosso arquipélago, tais como Afonso Luisier (Revista Brotéria), Padre José Gonçalves da Costa e Herman Persson (Museu História Natural de Estocolmo), entre outros.
Ao longo dos anos, (1956 - 1996), paroquiou sete freguesias na ilha, e em 1981 por convite de Governo Regional da Madeira, organizou o herbário do Museu do Seminário do Funchal, sendo posteriormente instalado no Jardim Botânico da Madeira. Deixou vários contributos para a ciência, bem como redescobriu plantas consideradas extintas, Berberis maderensis, Armeriamaderensis, Goodyera macrophylla, entre outras.
Em 1998, foi condecorado com a Ordem de Mérito por Sua Excelência, o Presidente da República Portuguesa. Nesse mesmo ano, resolve criar um herbário pessoal em criptogamia e plantas fanerogâmicas raras, que mais tarde, culminou numa exposição e na publicação em 2013, desta edição.
Fonte: Nóbrega, M. (2013). Ruralidade. S.R. Ambiente e dos Recursos Naturais - DIC - Divisão de Comunicação, 65 pp.
Fonte: Nóbrega, M. (2013). Ruralidade. S.R. Ambiente e dos Recursos Naturais - DIC - Divisão de Comunicação, 65 pp.
sábado, 6 de fevereiro de 2016
Publicações - Etnobotânica na Ilha da Madeira
Ao longo dos anos, têm surgido na ilha da Madeira, alguns trabalhos de recolha de utilizações de plantas, essencialmente para fins medicinais, aromáticos, veterinários e/ou associados a tradições. Os últimos dois trabalhos, são o resultado de entrevistas efetuadas às populações de duas localidades rurais, freguesia da Ilha - Santana (ed. 2006) e Fajã da Ovelha - Calheta (ed. 2013), com a respetiva recolha e identificação de plantas. Estas publicações, fruto de inteligentes parcerias entre instituições, Parque Natural da Madeira, Universidade da Madeira, Casas do Povo, etc... pretenderam com interesse e zelo, contribuir humildemente para a preservação de um conjunto de conhecimentos, cada vez mais diluídos por diversas causas, uma patente globalização cultural e económica, fluxos migratórios, e mais especificamente, uma crescente perda de contacto com a natureza, entre outras...
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sábado, 16 de janeiro de 2016
Novas dissertações (Ciências Biológicas)
Andryala sp. |
Nos dias 13 e 14 de janeiro, foram apresentadas no auditório da reitoria da Universidade da Madeira, Colégio dos Jesuítas, duas novas teses de doutoramento em Ciências Biológicas. A primeira intitulada, “Biosystematics of the genus da Andryala L. (Asteraceae)”, apresentada por Zita Ferreira e a segunda “Evolution of the landscape of Madeira Island, long-term vegetation dynamics” da autoria de Aida Pupo-Correia. Parabéns a ambas!
Ler mais: http://grupo-de-botanica-da-madeira3.webnode.pt/quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
Plantas Aromáticas e Medicinais (Ilha da Madeira)
"Na ilha da Madeira cerca de ¼ dos taxa têm
aplicações aromáticas e medicinais, bem como são usados na veterinária e em
superstições/rituais. As famílias mais utilizadas são as Poaceae,
Labiatae, Asteraceae, seguindo-se das Rosaceae; por ordem de
utilização, encontramos as plantas autóctones, introduzidas, cultivares, e por fim as
endémicas. Das plantas introduzidas, a maioria é proveniente da Europa,
América Central e do Sul, e Ásia.
Relativamente às plantas medicinais, verifica-se através de vários
estudos realizados na ilha, que a maioria das mesmas era utilizada para uso interno, sendo
os principais modos de preparação, o “chá” (termo utilizado para as infusões ou
decoções), seguidamente, da “infusão” (macerações alcoólicas) de misturas de
uma ou mais plantas em aguardente de borra de vinho ou de cana-de-açúcar, sumos, e ainda ingestão direta de partes de plantas (e.g. fruto). Para uso
externo, as plantas eram aplicadas através de cataplasmas, lavagens, aplicação direta do látex, vapores e “fumos” (e.g. queima de folhas). Em geral, as partes
mais usadas são as folhas, raminhos e frutos, que quando
possível, eram utilizadas em estado fresco.
As espécies medicinais e aromáticas mais referidas para a ilha são: o Laurus novocanariensis (loureiro); Rosmarinus officinalis L.
(alecrim); Senecio serpens
(bálsamo de canudo); entre outras.
Fonte: Ramos, L.; Menezes de Sequeira, M. (2015). Plantas Aromáticas e Medicinais (Ilha da Madeira). Disponível em: http://aprenderamadeira.net/plantas-aromaticas-e-medicinais-na-ilha-da-madeira/
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