quinta-feira, 10 de abril de 2014

Arruda

   A família das Rutaceae é um dos maiores grupos das Angiospérmicas (plantas com flor), onde estão incluídos por exemplo, os citrinos e a arruda.
    Esta última, Ruta chalepensis, é nativa da região mediterrânica, sendo cultivada e usada como medicinal e aromática desde a antiga Grécia. Actualmente, em alguns países, é adicionada às sopas, saladas ou pão devido ao seu forte paladar e aroma. Apresenta um porte herbáceo atingindo os 70 cm, folhas penatissectas, flores de cor verde amarelada possuindo pétalas fimbriadas, e cápsulas com 4-5 lóbulos.
    Na ilha da Madeira, segundo a sabedoria popular, é usada para vários fins, dores de cabeça, dentes, cólicas menstruais e problemas intestinais. Para tromboses, é adicionada ao chá, a noz moscada (Myristica fragrans) ou ingerido um "botão" (cápsula) da planta durante nove dias consecutivos; ou em casos de apoplexia (perda súbita de consciência), eram usados os fumos provenientes das brasas com arruda, losna (Artemisia argentea), folhas de louro (Laurus novocanariensis), e alecrim (Rosmarinus officinalis).  
   Mais interessantes são os usos associados às superstições, nomeadamente para protecção do mau olhado (inveja), pois ainda hoje em determinadas zonas rurais e em algumas freguesias do Funchal, continua-se a plantar à entrada das casas, a arruda e/ou alecrim para afastar este "mal"...  De acordo com os " entendidos", o mau olhado é dado pelo invejoso(a) provocando muitas desgraças ao cobiçado(a), incluindo a sensação de mal estar, tonturas, falta de energia e apetite; assim sendo, para evitar estes casos deve-se colocar no bolso um raminho de alecrim ou ainda, ingerir na manhã de São João, em jejum, um "botão" de arruda com 5 "bicos".
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