quinta-feira, 15 de maio de 2014

Tremoceiro

       O mês de maio, tem o seu nome devido a Maia, de acordo com a mitologia grega, uma de 7 irmãs, filhas de Atlas e Plêione, que para que escapassem ao gigante Órion, Zeus transformou-as num aglomerado de estrelas, as Plêiades, incluídas na constelação de Touro.
      Por cá, ilha da Madeira, mês de maio é mês de sol, começa a cheirar a Verão, iniciam-se os banhos de mar, a leitura na praia acompanhada por uma Coral (mini) e alguns tremoços, temperados com alho (Alllium sativum), salsa (Petrosilium crispum) e pimentão (Capsicum annum).
     Estas apetecíveis sementes, ricas em vitamina E e B pertencem à espécie Lupinus albus L., família Fabaceae, onde estão incluídas as ervilhas, o feijão, as lentilhas, entre outras. A planta de onde crescem é originária da Península Balcânica, podendo atingir os 60 cm, as folhas apresentam folíolos oblongos, obtusos a arredondados no ápice com pêlos na página inferior. A sua corola é branca, tingida de azul e a vagem atinge, aproximadamente, 50 mm de comprido.
     Na Madeira, tal como noutras partes do mundo, o tremoceiro é usado na agricultura para ajudar a enriquecer o solo com azoto, preparando-o para receber novas plantas e simultaneamente ofertando a população com tremoços, antigamente só comidos na época da Páscoa. Estes, em algumas zonais rurais da ilha, tinham ainda aplicações medicinais e veterinárias, moídos serviam de cataplasmas em inflamações; e a sua decoção usada para remover piolhos de cabras e aves. Refletindo sobre a última utilização, questiono-me, este uso não teria sido uma boa alternativa para novas utilizações.
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